SÉRIE DISSOLUÇÕES
Esquece-se, com alarmante frequência, que a captura fotográfica do visível é, antes um fenômeno técnico de inscrição luminosa sobre uma superfície que retém, em sua fisicalidade, essa fenomenalidade, que necessariamente uma imagem calcada no reconhecimento icônico do mundo, a partir dos princípios associados à replicação crível do que se vê, na fotografia, como duplicação exata do visível. Na série intitulada Dissoluções, a fotografia confirma-se justamente a partir do desvio, da recusa de filiar-se à concepção domesticada do fotográfico como passível de confusão icônica, ou seja, como uma espécie de substituição imagética para a lógica de compreensão do mundo a partir da semelhança visual com um suposto referente.